Sentimos muitas vezes que somos ladrões: assaltamos um texto à procura do que mais nos convém; retiramo-lo do seu contexto inicial e damos-lhe um sentido que possivelmente o seu autor nunca supôs ou quis; criamos com estes versos ou excertos de textos de outrem a nossa própria poesia. Mas sempre com a intenção de os devolver. Temos sempre a esperança que alguém no final dos nossos espectáculos queira saber quem escreveu aquelas palavras e em que livro as pode encontrar. Roubamos para partilhar. Talvez aos olhos dos autores isso nunca nos indulte mas esperamos sempre seduzir mais leitores para os livros que nos seduziram, para os poemas que nos cativaram.