Areias e sonhos

AREIAS E SONHOS – Recital de Poesia Árabe
40 minutos – Público em geral

Por o tema ser tão vasto, restringimo-nos apenas à poesia árabo-andaluza (a que existe traduzida em português), sendo “O meu coração é Árabe” de Adalberto Alves a nossa maior fonte, mas não só. À estranheza da sonoridade das palavras assim dispostas por estes poetas, juntámos o prazer de descobrir uma outra Silves, outra Beja, outra Córdova e no final sentimos que são as mesmas, só que escritas com a mestria dos poetas: Al Mutamid, Ibn Ammâr, Ibn Sâra, entre muitos outros.

Fotos

Quem faz o quê

Concepção: Andante

Textos: Abd Al Rahman; Adalberto Alves; Al Kuthayyir; Al Mamun; Al Manisi; Al Mutamid; Al Qastalli; Al Thurthusi; Al Tulaytuli; Ibn Abdun; Ibn Al A´Lam; Ibn Ammar; Ibn As Sid; Ibn Badrun; Ibn Bassam; Ibn Hazm; Ibn Qasi; Ibn Safar; Ibn Sara; Ibn Suhayd; Maryam Al Ansari

Textos ditos por: Cristina Paiva

Banda Sonora de: Fernando Ladeira

Espectáculo concebido a pedido da Biblioteca de Mértola

Mais

Recital de Poesia Árabe

Quando iniciámos o trabalho descobrimos que não sabíamos nada desta civilização, que vivemos de costas voltadas e ouvidos tapados para tudo o que não é ocidental. Com persistência e paciência fomos relembrando o pouco que aprendemos na escola, descobrindo o que em Portugal e noutros países algumas pessoas têm vindo a fazer para recuperar uma parte importante das nossas origens, e principalmente recordando o efeito mágico que tiveram sobre nós “As mil e uma noites”, os cantos alentejanos, a mesquita de Córdova, os laranjais do Algarve…

Os textos

Por o tema ser tão vasto, restringimo-nos apenas à poesia árabo-andaluza (a que existe traduzida em português), sendo “O meu coração é Árabe” de Adalberto Alves a nossa maior fonte, mas não só. À estranheza da sonoridade das palavras assim dispostas por estes poetas, juntámos o prazer de descobrir uma outra Silves, outra Beja, outra Córdova e no final sentimos que são as mesmas, só que escritas com a mestria dos poetas: Al Mutamid, Ibn Ammâr, Ibn Sâra, entre muitos outros.

Os sons

No entanto, neste trabalho, não se ouvem apenas os textos. Também existem os ambientes sonoros para os contextualizar. As sonoridades que relacionamos com os árabes nem sempre são as tradicionais. Por isso, a banda sonora que acompanha os textos, sofre influências da fusão da música árabe com a música ocidental e do cinema feito no ocidente sobre o oriente. Tal como acontece com a sonoridade dos textos, o nosso desconhecimento da estrutura musical árabe, torna por vezes difícil o disfrute total dessas sonoridades. Assim, a escolha dos ambientes sonoros, tal como a escolha dos textos, é sempre a escolha de ocidentais para ocidentais. Com esta premissa, deixámo-nos ir . A nossa curiosidade levou-nos a conhecer, entre outros, Rachid Taha, Nusrat Fateh Ali Khan e Rabih Abou-Khalil. Se estes nomes não lhe dizem nada, talvez conheça os de Janita Salomé e Philip Glass. Estão cá todos. E mais, muitos mais.

Voltando ao início: começámos pela descoberta e acabámos encantados.

E depois

“A Cristina Paiva e o Fernando Ladeira habituaram-nos a espectáculos de grande beleza e qualidade. Por isso pedimos-lhes que partissem em busca das nossas raízes e nos trouxessem a poesia que se produziu no Ghar´b al Ândaluz, no tempo em que os poetas se chamavam Al Mutamid ou Ibn Ammar.
O resultado não podia ser mais surpreendente. Profissionais de excelência proporcionaram-nos um belíssimo espectáculo, em que a melodia das palavras se cruzou com o ritmo das músicas numa harmonia única.
Areias e Sonhos são 40 minutos do mais perfeito encantamento. Só têm um defeito, passam demasiado depressa.”

Isabel Martins – Bibliotecária da Biblioteca de Mértola