45 minutos – Público em geral
Este espectáculo pretende de uma forma descontraída levar até aos ouvidos dos leitores, palavras que não se ouvem todos os dias. Aquelas palavras que estão guardadas numa estante e que, ou por preguiça, ou por falta de tempo, ou por desconhecimento da sua existência, normalmente, não chegam a ser lidas.
Não se pode obrigar ninguém a ler um livro. Mas pode-se aliciar, pode-se seduzir, pode-se revelar uma das coisas que aproxima os homens através do tempo e do espaço: a literatura.
Fotos
Quem faz o quê
Um espectáculo de Cristina Paiva e Fernando Ladeira
Textos: José Régio; Álvaro de Campos; Arundhati Roy; Eugénio de Andrade; Alberto Caeiro; Pablo Neruda; Ernest Hemingway; David Mourão Ferreira; Camilo Pessanha; António Gedeão; Wenceslau de Moraes; John Donne; Adriana Calcanhotto
Textos ditos por: Cristina Paiva
Banda sonora: Fernando Ladeira
Agradecimentos: Teatro de Portalegre, António Bettencourt, Cristina Marreiros
E um agradecimento muito especial ao Carlos do Rosário
Mais
Compilámos textos de autores que nos seduziram e nos conquistaram: Fernando Pessoa, José Régio, Camilo Pessanha, Al Berto, Pablo Neruda, John Donne, Wenceslau de Moraes, David Mourão Ferreira, Ernest Hemingway, Adriana Calcanhotto e muitos outros. Depois, infelizmente, fizemos uma segunda e terceira e quarta selecções, porque num espectáculo não cabe o mundo. Não é a mesma coisa, ler um livro silenciosamente na nossa cama, numa esplanada, nas férias, ou ser conduzido pela voz de uma pessoa, pelo ambiente de um espectáculo. O que se perde em intimidade e liberdade, ganha-se em facilidade de comunicação, em revelações insuspeitadas, em comunhão de sentimentos. Não é este Actos de Leitura um espectáculo dirigido a um público específico. Gostávamos de conseguir cativar qualquer pessoa. Porque também nós somos cativos destas palavras que alguém mais sábio que nós, deixou um dia registadas, para que nos pudéssemos encontrar num tempo e num espaço diferentes.
Há textos que nos perseguem. Ou porque nos revemos neles, ou porque nos encantam, ou ainda por razões que desconhecemos. Este Actos de Leitura surge porque a necessidade de os partilhar, era muito forte. Alguns deles são muito conhecidos, mas para mim foram sempre únicos. E quando encontramos um texto que parece ter sido escrito para nós, mesmo que o quiséssemos, não conseguiríamos livrarmo-nos dele.
Cristina Paiva
O Teatro, os Livros, as Músicas, os Sons e uma Brisa à beira Mar. José Régio, Meredith Monk, Álvaro de Campos, Roger Eno, Arundhati Roy, Jorge Reys e o efémero. This Mortal Coil, Eugénio de Andrade e uma manhã no bosque. Alberto Caeiro num meio dia de fim de Primavera e o Tempo de ouvir uma História. Pablo Neruda, o Riso, o Mar, Hemingway, o Amor, Ry Cooder e a Velocidade. David Mourão Ferreira, Camilo Pessanha, Stephan Micus e as Paixões. And Also The Trees, a máquina do Mundo, António Gedeão, Wenceslau de Moraes e o Silêncio e John Donne e Michael Nyman e Adriana Calcanhotto e o Teatro e os Livros e as Músicas e os Sons e…
Fernando Ladeira
E depois
“Cristina Paiva e Fernando Ladeira iniciaram a sua colaboração no Serviço de Bibliotecas e Apoio à Leitura da Fundação Calouste Gulbenkian em 2000 com a realização do espectáculo “Actos de Leitura” nas bibliotecas da rede Gulbenkian de Lamego, Valença, Ponte de Sôr, Peniche e Vila Nova da Barquinha. “Ler é um acto” , “a leitura é um acto de criação permanente”, são palavras de Daniel Pennac que em rigor podem ser utilizadas para definir estes “actos de leitura” concebidos por Cristina Paiva e Fernando Ladeira em que, através da encenação da leitura e ainda pelo efeito da sonoplastia, somos naturalmente convidados a habitar espaços de textos vários, a assistir e a fazer parte de 45 minutos de criação. Todas as Bibliotecas envolvidas neste ciclo fizeram apreciações muito positivas sobre os resultados e sobre a aceitação do público.”
Ana Carrilho Gaiaz
Assessora da Direcção do Serviço de Bibliotecas e Apoio à Leitura da Fundação Calouste Gulbenkian