À VOLTA DA LÍNGUA
50 minutos – Público em geral
Um espectáculo de teatro sobre a poesia portuguesa. Partindo de textos exclusivamente de autores de língua portuguesa, propomo-nos com este espectáculo dar uma leitura diferente a esses textos. Mostrá-los na sua forma, no seu conteúdo, na sua sonoridade. Evidenciar a língua portuguesa como língua viva: como os autores contemporâneos foram buscar as suas referências formais e de conteúdo a autores mais antigos e como partindo dessas referências a língua se desenvolveu e continua em transformação. Tentamos mostrar como a reinvenção da língua é um acontecimento quotidiano, não só em Portugal, mas também em outros países onde se fala o português.
Fotos
Quem faz o quê
Textos de Pedro Oom; Luís Vaz de Camões; Sebastião da Gama; Eça de Queiroz; Cecília Meireles; António Botto; Mário Cesariny; Irene Lisboa; Eugénio de Andrade; Jorge de Sena; José Gomes Ferreira; Vinícius de Moraes; Manuel Alegre; Sophia M. B. Andresen; João Roiz de Castel Branco; Almeida Garrett; Vitorino Nemésio; António Gedeão; Ruy Belo; Agostinho Neto; José Craveirinha; Mia Couto
Encenação: Carlos do Rosário
Interpretação: Cristina Paiva
Sonoplastia: Fernando Ladeira
Figurino: Marta Carreiras
Execução do figurino: Olga Amorim
Agradecimentos: Mariana Antónia, Mariana Bárbara, Ana Bárbara, Maria Francisca, José Fortes, Carlos Pequito, Joaquina Caeiro, Instituto Português da Juventude – Delegação de Portalegre, Teatro de Portalegre, Teatro da S. Lourenço, Junta de Freguesia de Alcochete
Mais
Inscrever a poesia na cena, escrever a poesia em cena, tomar emprestadas as palavras dos outros e torná-las nossas. Uma folha de papel e as emoções sugeridas por cada texto, um instrumento de escrita e as memórias da escola, do amor, da confusão dos sentidos, do crescimento: talvez isso baste para aproximar aqueles versos e linhas da nossa própria vida. As palavras ajudam. E agarramo-nos a elas como tábuas de salvação, caminhos, saídas. A poesia anda nas pessoas, nos instantes que vão vivendo. A cena tentou reflectir isso; o percurso possível e aleatório no domínio da palavra. Aleatório porque ao sabor das preferências, dos gostos, da possibilidade de “se dizer de si”. Não poderia ser um espectáculo que visasse a totalidade da biblioteca: essa tarefa infinita é a que se vai construindo na certeza do seu fracasso. Não poderia também ter a ilusão da antologia: escolher com objectivos classificatórios é sempre repetir a fórmula escolar que levada ao seu extremo é responsável pela recusa da leitura. A sedução pelo poema: ficámo-nos por aqui. Já não é pouco. E ao sabor das tais preferências foram surgindo os escritores brasileiros, portugueses, africanos da nossa eleição. Vestindo e despindo as palavras à volta da nossa língua.
Carlos do Rosário
Andámos à volta da língua. Qual língua? A nossa. À volta dos sons, dos sentidos, dos ambientes, das brincadeiras. Experimentámos com a língua ( e com o resto) o que se podia fazer com a nossa língua. Experimentámos os seus prazeres: os sabores, os sons, as memórias, o novo e o antigo. Aquilo que só os olhos e o coração conheciam, trouxémos para a boca, para que o sabor da pele, dos amores, das descobertas, das desilusões dos outros (os escritores) desfilassem perante vós como uma banda em dia de festa. E dia de festa é aquele em que se descobre que “Amor é um fogo que arde sem se ver”; que é “terrível ser”; que “tudo era possível”; que as palavras “são todas irmãs” e que uma lua se “cintilhaçou em mil estrelinhações”. Triste foi não caberem todos os poemas de que gostávamos, no espectáculo. Triste foi dizer: temos de excluir este. Do que eu tenho mesmo pena é que num espectáculo não caiba o mundo.
Cristina Paiva
E depois
“Ao fazer gramática brincando com a linguagem, surge o termo conhecimento, da língua portuguesa. É nesta simples complexidade que assenta o ensino da língua materna, nossa poesia do quotidiano.”
Maria de Fátima Pinto Leite
Professora de Português
“Magnífico!
Tem deslumbramento para os olhos e para o coração”
Helena Hilário
Professora de Matemática
“Um tempo e um espaço verdadeiramente assumidos.
Espectacular!”
Francisco Hilário
Professor de História
“Faz sorrir, rir e chorar
recordar e saudades ter.
‘À Volta da Língua’ vamos ver,
pr’á leitura motivar.”
Margarida Teles
Professora de Francês
“Através das palavras, gestos, sons e silêncio, mostra-se o sentido de ser; ser criança, ser amante, ser qualquer coisa, mas ser. Sente-se como se o céu se abrisse para nos contar um segredo. Sente-se… é afinal por isso que somos alguma coisa, porque sentimos, mas há momentos em que somos mais, porque sentimos mais intensamente e então o mundo torna-se claro, lógico e mágico. A magia faz-nos sentir e sentir faz-nos ser.”
Carolina Curvelo
Aluna do 11º ano, 16 anos
“Poesia. O que é a poesia?
Uma linguagem da alma.
Uma busca do interior
Um grito de dor
A voz do não falador.
O divagar da razão
O dar a conhecer
Uma emoção.
A verdade do que somos
E escondemos
Dum mundo que nos consome.”
Maria
Aluna 2º ciclo recorrente
“Recentemente assisti a um espectáculo de grande qualidade na Universidade de Nottinghan. Trata-se de uma montagem de textos de autores de língua portuguesa postos em cena com grande eficácia, algum didactismo, e beleza. Uma actriz, um encenador, um sonoplasta realizaram um trabalho admirável para comemorar o ano da Língua.
Professor Doutor João Camilo dos Santos,
Conselheiro Cultural da Embaixada de Portugal em Londres
“… a grande Aventura é o vosso espectáculo!!! Acho que vivemos todos momentos mágicos e não podem imaginar como vos estou agradecida. Hoje tive o feed-back dos alunos de Iniciação que, embora não percebessem o texto, sentiram-se levados para o CLUBE DOS POETAS VIVOS através da vossa actuação.”
Dra Joana Sena de Vasconcelos
Leitora de Português na Universidade de Nottingham